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Análise – Dragon Ball FighterZ

Um mês depois do jogo ter saído, finalmente lançamos a nossa análise. E um mês, porque os jogos de luta necessitam de tempo para mostrar aquilo que realmente valem, a não ser que apenas sejam uma nova reiteração dum título anterior. Mas depois de tanta conversa, tanto hype e poucas personagens, será FighterZ uma boa aposta para uma série mítica como Dragon Ball?

Comecemos pelo mais fácil, os visuais. Estes são uma das partes mais importantes quando tentam imitar o estilo da série, e a equipa da ArcSys está de parabéns pelo excelente trabalho conseguido que veio originalmente de Guilty Gear Xrd. As pequenas falhas que o jogo demonstra a nível visual, são altamente desprezáveis no seu todo, com uma apresentação soberba, ficando apenas aquém durante as cutscenes em tempo real. Ainda assim, não existe problema algum durante a jogabilidade, fora o raríssimo glitch aqui e ali.

A banda sonora e o design de som também estão muito bem implementados. A banda sonora é maioritariamente composta por músicas mais pesadas como rock e metal. No entanto, existem pequenas pérolas, como o tema de Hit, que é uma fusão de estilos entre jazz e hard rock, que rapidamente se tornou uma das minhas músicas favoritas (se gostaram deste tema, podem muito bem gostar de T.R.A.M.). E como essa temos várias músicas que acompanham personagens e arenas de combate. Os sons da série estão também presentes no jogo. No entanto, lembro-me que a fase beta continha mais sons proeminentes da série, que agora não se encontram no lançamento final. Não sei bem o porquê desta decisão, mas realmente é um pouco estranho, ainda que não retire nada à experiência.

A jogabilidade de Dragon Ball FighterZ é parecida com alguns jogos do subgénero VS, mais popularizado pela série Marvel VS Capcom, onde temos assists, combate 3 contra 3 e diversos supers de cada personagem. O jogo tem um modo de treino, onde podemos passar o tempo requerido para treinar aquela combo que vimos num vídeo qualquer ou então desenvolver as nossas combos, passo a passo. Os jogos de luta hoje em dia já têm um modo dedicado ao treino, que ficou bastante popular devido à série TEKKEN que incluiu este modo desde TEKKEN 2, portanto nada fora do normal. Temos também um modo que serve de tutorial, que já era possível jogar na beta fechada, e temos agora acesso ao modo Combo Challenge que tal como tinha escrito na antevisão, temos acesso a combos de cada personagem. No entanto, a abordagem é muito simples e fácil, onde nos é mostrado combos automáticas leves, médias e pesadas com todas as personagens, seguido dos supers de nível 1 e depois algumas combos mais “complicadas”.

De notar que muitas das combos mais complicadas são bastante simples e não mostram tudo o que a personagem consegue fazer, para além de quatro a cinco desafios estarem feitos para coisas universais do jogo, retirando assim espaço para combos mais importantes. Feitas as contas, metade dos desafios servem apenas para coisas básicas e apesar de não ser informado ao jogador é altamente necessário fazer todos os desafios de cada personagem, pois algumas personagens têm combos que introduzem algumas mecânicas importantes que não aprendem (dentro do jogo) de outra forma. Mas como já faz parte do género, falar com amigos/conhecidos/fóruns/grupos de internet é também uma parte importante da experiência. Apesar de não termos mais do que 24 personagens no lançamento do jogo, cada uma é minimamente única e diferente do resto, tornando a jogabilidade muito acessível a vários tipos de jogo: Defensivo, Ofensivo, shoto, grappler, etc. Talvez a única crítica que tenho que combina a jogabilidade e as personagens, é que não existem inputs diferentes para cada personagem, permanecendo maioritariamente o ↓↘→+ ataque (ou o ←↙↓+ ataque), não existindo outras variantes mais avançadas. Ainda assim, cada personagem consegue ser bastante única e com o seu estilo próprio de jogabilidade.

A(s) história(s) por detrás do modo Story são possivelmente a parte mais fraca do jogo, no seu todo. Temos três histórias diferentes que estão interligadas entre si, e percorremos uma de cada vez, sendo que é necessário ultrapassar este modo para desbloquear a nova personagem, a C-21, a não ser que comprem uma versão onde ela fica desbloqueada através de um código, tal como acontece com o modo Arcade com as duas variantes SSGSS Goku e Vegeta. Portanto, mesmo que já tenham desbloqueado a personagem, um dos pontos a favor dos jogos DBZ costuma ser os modos história, onde temos recriações da série, e por vezes acontecimentos alternativos “E se…”. Mas DBFZ, com poucas personagens quando comparado com os outros jogos da série, tem um modo história muito fraco, no sentido em que a história foi feita de forma a acomodar o facto do jogo ter poucas personagens. Então, derrotamos clones de várias personagens, porque o exército Red Ribbon decidiu fazer clones de cada personagem, apenas para que a C-21 possa devorar e aumentar o seu poder. E derrotamos muitos clones, muitos mesmo. O facto de ter crescido com jogos da série e lembrar-me que houve títulos com grandes modos história, é um pouco desanimador ter este modo tão…sem graça. É um modo que levará algum tempo até desbloquear, mas que irão combater vezes sem conta contra as mesmas personagens, sem haver um nível de execução técnica alta, ou seja, podem apenas carregar num ponto de auto-combo e derrotar todas as personagens do modo, excepto os bosses finais.

As personagens bloqueadas são algo mais casual, e como tal vão estar (quase) sempre presentes neste tipo de jogo, mas acho que no próximo update que vier com os DLC’s anunciados, deviam desbloquear todas as personagens, para que seja muito mais fácil serem organizados torneios, a razão pela qual nos últimos anos todas as personagens estarem disponíveis logo no início. Outra grande crítica, será o facto deste primeiro mês ter sido bastante complicado jogar online: desde esperar mais de cinco minutos por um combate, passando por ragequitters que não são prejudicados pelas suas acções, acabando no facto de sermos desconectados dos servidores sem razão alguma, a equipa terá que polir muito bem a experiência online, pois nos dias de hoje, esta é muito importante para o jogo poder sobreviver até à próxima iteração. Não são coisas MUITO graves, mas que fazem com que percam jogadores pouco a pouco, perdendo o ímpeto que tiveram no principio do lançamento, sendo este o jogo do género mais jogado de sempre na Steam, quando comparado com séries veteranas (Street Fighter, TEKKEN, Mortal Kombat) do género.

O jogo tem alguns problemas no pacote: conexões de internet fracas, um modo tutorial muito básico que não ajuda os jogadores intermédios, um modo de treino mais básico que muitos jogos indies do género com menos de metade do orçamento, o facto de não haver suporte legacy de arcade sticks nas consolas, um modo de desafios com metade dos mesmos só para “encher chouriços” e de não haver inputs variados faz com que este jogo não seja Excelente, mas ainda assim é um jogo muito bom, que introduz Dragon Ball ao mundos dos jogos de luta com uma nova cara e que terá mais sucesso que outras tentativas da série. Existem problemas, mas que podem ser facilmente resolvidos neste primeiro ano de vida, se a equipa se aplicar a 100% no sucesso pós-venda. Este é um título obrigatório para fãs da série Dragon Ball e para fãs de jogos de luta.

█ F.S.

 

DRAGON BALL FighterZ estará disponível para a PlayStation®4, Xbox One, e na STEAM® para o PC a 26 de Janeiro de 2018. Para mais informações, visita o Facebook oficial.

Um mês depois do jogo ter saído, finalmente lançamos a nossa análise. E um mês, porque os jogos de luta necessitam de tempo para mostrar aquilo que realmente valem, a não ser que apenas sejam uma nova reiteração dum título anterior. Mas depois de tanta conversa, tanto hype e poucas…

Dragon Ball FighterZ

Jogabilidade - 90%
Gráficos - 98%
Som/Banda Sonora - 90%
Longevidade - 84%

91%

Excelente

É um jogo muito bom, que introduz Dragon Ball ao mundos dos jogos de luta com uma nova cara e que terá mais sucesso que outras tentativas da série. Existem problemas, mas que podem ser facilmente resolvidos neste primeiro ano de vida, se a equipa se aplicar a 100% no sucesso pós-venda. Assim, este é um título obrigatório para fãs da série Dragon Ball e para fãs de jogos de luta.

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Filipe Silva
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2 comments

2 Pings/Trackbacks for "Análise – Dragon Ball FighterZ"
  1. […] nova iteração. E com esta queda, outros jogos saltaram para a ribalta, tais como o TEKKEN 7 e Dragon Ball FighterZ. Desde que a Capcom deixou de produzir jogos através de produtoras fora da companhia, que voltou […]

  2. […] não é a parte forte do jogo, infelizmente. Como o jogo é um arena fighter, muito diferente de outros jogos de luta, a jogabilidade tem de ser minimamente boa para se tornar viciante e desafiante ao […]

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