É impossível fazer uma análise ao Final Fantasy VII Rebirth sem evidenciar o prestígio do jogo original, não só pelo impacto que teve na indústria dos videojogos mas também pela importância que tem para mim a nível pessoal. Final Fantasy VII é um dos jogos mais aclamados da franquia Final Fantasy, lançado pela Square Soft em 1997. Com uma narrativa envolvente, sistema de batalha elaborado e um mundo vasto e cheio de mistérios para desvendar, Final Fantasy VII é um jogo que marcou a sua época e continua a fazer sucesso até aos dias de hoje.
O meu primeiro contacto com o jogo deu-se no verão de 2016, quando decidi comprar a versão remasterizada e verificar por mim mesmo se Final Fantasy VII era digno de toda a hype que foi recebendo ao longo dos anos. A expectativa era muito alta, mas de certa forma estava convencido de que a grande razão do sucesso do jogo era o facto de ter sido o primeiro contacto de muita gente com a série e RPGs em geral. Nunca estive tão enganado! O storytelling presente em Final Fantasy VII é uma coisa do outro mundo, cheio de personagens memoráveis e capaz de trazer ao de cima todo o tipo de emoções. Um feito notável para um “simples” jogo de PS1 com gráficos “ultrapassados”.
É relevante salientar também que comecei a jogar o FF VII Rebirth logo após ter terminado pela primeira vez o Final Fantasy XVI, uma tarefa enfadonha e demorada, devo admitir. Não só perdi a esperança numa das minhas franquias favoritas, como também cheguei ao extremo de ponderar arrumar as consolas durante uns tempos para poder dedicar-me a outros hobbies que talvez fizessem mais sentido nesta fase da minha vida, em que já não tenho cinco ou seis horas para jogar por dia. No entanto, o lançamento de FF VII Rebirth começou a aproximar-se e deixei-me levar pelo entusiasmo de revisitar Gaia, dando assim mais uma hipótese à série. E ainda bem que o fiz!
FF VII Rebirth começa logo após o final da primeira parte do remake que saiu em 2020. Cloud e os seus companheiros encontram-se na cidade de Kalm, logo depois da explosão dos reatores e da luta contra Sephiroth em Midgard. Esta segunda parte introduz não só novas mecânicas e personagens jogáveis, como também uma nova interpretação do mundo aberto que nos foi apresentado pela squaresoft em 1997, cheia de personagens, side quests e atividades memoráveis.
Este é o tipo de jogo em que queremos avançar com a história para descobrir o que vem a seguir mas ao mesmo tempo não queremos deixar nada por fazer, sendo que missões e as histórias das personagens secundárias são interessantes ao ponto de querermos ajudar sem sequer olhar para as recompensas. Existem também inúmeras ocasiões onde o facto de abordarmos certas personagens e darmos determinadas respostas influência a nossa relação com as mesmas ao longo do jogo, o que aumenta a imersão e torna as personagens mais “humanas”.
A jogabilidade de FF VII Rebirth não se distância muito da que vimos na primeira parte do Remake. Em termos de sistema de batalha, foram implementadas várias mecânicas que vêm adicionar uma nova camada de complexidade à interação entre as várias personagens durante as batalhas. A forma como evoluímos as armas também acaba por ser ligeiramente diferente e sinceramente gostava mais da fórmula usada na primeira parte.
Os gráficos são definitivamente um dos pontos fortes do jogo e contribuem muito para a imersão na história e na experiência como um todo. A Square Enix fez um excelente trabalho ao reimaginar as várias áreas com uma qualidade visual incrível. Os detalhes nos ambientes, nas personagens e nas animações estão extremamente bem feitos e a atenção aos detalhes é impressionante. Além disso, a qualidade das batalhas é notável, com efeitos visuais deslumbrantes e uma jogabilidade fluida.
A banda sonora é obviamente baseada nas músicas que já conhecemos e que tanto gostamos. Ainda assim, FF VII Rebirth consegue inovar e apresenta várias reorquestrações que trazem uma lufada de ar fresco às batalhas e aos momentos chave da trama.
A história de Final Fantasy VII aborda vários temas que são relevantes durante os dias de hoje (já eram em 1997, hoje ainda mais), mas esta é indiscutivelmente uma história sobre esperança. A história de FF VII Rebirth traz-me esperança não só para os problemas sociais e ambientais que enfrentamos neste momento, como também para o futuro da série Final Fantasy. Comecei esta análise por referir que estava desiludido com uma das minhas franquias preferidas, mas este título provou-me que ainda existe uma equipa focada em entregar produtos de qualidade aos fãs de várias gerações que acompanham a série Final Fantasy desde os seus primórdios.
Narrativa - 95%
Jogabilidade - 90%
Gráficos - 90%
Som / Banda Sonora - 100%
Longevidade - 100%
95%
Muito Bom
Não é fácil produzir o remake de um dos maiores jogos de sempre, sendo que as expectativas são evidentemente bastante altas, mas a Square Enix conseguiu provar que é capaz disso e muito mais! Final Fantasy VII: Rebirth proporciona uma experiência incrível com várias melhorias em relação à primeira parte e apresenta a história que já conhecemos sob uma nova perspetiva que irá agradar até aos fãs mais conservadores. Sem dúvida o melhor jogo da franquia nos últimos anos.
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