Análise - Tomb Raider I-III Remastered

Análises Microsoft Nintendo PlayStation 5 PlayStation VR SONY Switch XBOX Series S | X Fevereiro 19, 2024

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As aventuras clássicas da Lara Croft.

Se há geração cujos jogos merecem um remaster, é a geração dos 32-bits e o início do gaming em ambientes tridimensionais. Sucessores do auge da pixel art 2D, muitos são os jogos dos primórdios do 3D que não envelheceram muito bem, tanto pelos seus controls rudimentares, como os seus gráficos cheios de polígonos e arestas. Tomb Raider I-III Remastered dá-nos um novo “look” a estes clássicos da 2ª metade da década de 90, mantendo toda a sua essência e alma que tanto os caracteriza.

Remasters e não Remakes.

Esta nova versão da trilogia que nos deu a conhecer Lara Croft, vem com uma nova roupagem, algumas melhorias e até conteúdos novos dos seus 3 jogos antecessores, no entanto, não se distancia dos originais ao ponto de parecerem algo completamente novo e actual. Tratam-se de remasters onde as maiores diferenças saltam logo à vista na parte gráfica e texturas melhoradas. Não são gráficos que cheguem perto de títulos actuais mas melhoram, e muito, a experiência de jogo destes clássicos. Toda ambiência deixou de ter aquele aspecto cheio de blocos e arestas, as cores são mais suaves, existem partículas e animações que, devido à limitação do hardware da altura, não eram possíveis. O cair da neve e da chuva, o movimento da água, nuvens, céu (que não existia nos originais), pequenos detalhes que acrescentam à experiência sem nunca se fazerem sentir a mais. Dos detalhes que mais gostei foi a folhagem dos jogos. Isto é notório em níveis como o Lost Valley no primeiro jogo, ou no primeiro nível na Índia no 3º jogo. Um visual que seria absolutamente inacreditável para a altura da trilogia original. Alguns assets foram completamente mudados como os artefactos e itens que apanhamos, onde antes tínhamos apenas um sprite 2D, agora temos assets completamente tridimensionais e com uma animação giratória quando os apanhamos. A minha crítica pessoal relativamente ao aspecto visual dos remasters, tem a haver com a estética artística dos modelos das personagens, principalmente da Lara Croft. É bom ver a Lara clássica com mais detalhe, com expressões faciais e movimentos fluídos, mas a boneca ficou “abonecada” demais, quase cartunesca. Isto não afecta em nada a experiência enquanto jogador e é apenas uma mera observação pessoal.

Novos conteúdos:

Estas versões levaram algumas optimizações de maneira a proporcionarem uma experiência de jogo muito mais confortável e adaptada para a geração actual. A primeira são os save states que, desta vez ao longo dos 3 jogos, que podem ser guardados em qualquer altura do jogo. Foi introduzido um modo de fotografia bastante personalizado, para os que quiserem registar fotos “in-game” para mais tarde recordar os feitos da nossa heroína. Pequenos detalhes como barra de vida para os bosses também foram adicionados e uma vasta lista de troféus e achievements para aqueles jogadores que procuram terminar tudo a 100%. Já para os saudosistas, se quiserem jogar com os gráficos originais, é possível fazê-lo com um simples “click” no botão. Dei por mim muitas vezes a saltar entre as duas opções gráficas para poder contrastar as minhas memórias dos jogos originais com estas novas versões. As adições mais “chorudas” relativamente a conteúdo de jogo, foi sem dúvida a inclusão das 3 expansões dos jogos originais: “The Unfinished Business; The Golden Mask e The Lost Artifact”. Cada uma das expansões acrescenta cerca de 2h de conteúdo extra a cada jogo e podem agora ser jogadas, também, em formato remasterizado.

Controls modernos vs clássicos:

Uma das características que mais esperava ver optimizada eram os controladores do jogo. Nos Remastered temos duas opções de jogar com a Lara: com os controladores modernos ou com os controladores clássicos. Para quem jogou os originais na altura, não vão notar grande diferença. Temos um ambiente tridimensional mas com uma movimentação que não é totalmente em 360º. Podemos movimentar-nos para cima, baixo, para a esquerda e direita, frente e trás. Já o esquema de controladores moderno tenho de confessar que não me consegui adaptar. É de relembrar mais uma vez de que estamos perante remasterizações não de remake, de maneiras que dou aí o desconto, mas os os movimentos modernos não fazem muito sentido para mim. Tendo em conta de que não nos movimentamos em 360º, o que foi implementado foi um sistema de movimento onde a boneca segue a câmara, por vezes faz-nos sentir que somos sugados por um íman. Muito honestamente, acho mais fácil e mais adequado para o ambiente de jogo os comandos originais. Estão datados? Sim, mas funcionam.

O problema com a luz:

Chego ao ponto negativo da minha experiência…a luz dos jogos. Os primeiros jogos Tomb Raider eram bastante escuros em certas áreas. No 2 e no 3 era propositado, em parte, onde até tínhamos os “flares” de iluminação que tínhamos de racionar. Mas aqui, nos remasters, a luz foi completamente mudada. Certas áreas que estavam bem iluminadas, estão demasiado escuras. E outras áreas que antes eram escuras, propositadamente, aqui ou estão claras ou ainda mais escuras. Não sei até que ponto é que este detalhe poderá ser corrigido através de updates, mas é algo que atrapalha um pouco. Níveis como a cisterna em Tomb Raider 1 ou a base militar em Tomb Raider III, foram particularmente afectados com esta mudança. Isto não torna o jogo mais ou menos difícil de se passar, mas dei por mim muitas vezes a saltar entre os gráficos antigos e os modernos para me poder situar onde estava. Algo que deveria ser corrigido, se possível.

Conclusão:

Foi muito bom e nostálgico poder reviver as aventuras com esta personagem icónica que marcou a minha infância. Dos primeiros níveis em cidades perdidas de uma civilização antiga no Peru, aos níveis de Veneza em Tomb Raider II, pelas florestas da Índia, bases militares e até mesmo voltar a trancar o mordomo na arca frigorífica na mansão Croft (que millennial não o fez nos anos 90?), dito isto, acho que nostalgia é a palavra chave para estes remasters. Tomb Raider I-III é uma carta de amor para aqueles que jogaram os originais na altura e as versões a jogar, para os que vão viver pela primeira vez as aventuras clássicas da Lara Croft.

Podem assistir ao vídeo da minha Review no meu canal de YouTube:

Tomb Raider I-III Remastered (PlayStation 5)

Melhorias Gráficas - 70%

Jogabilidade - 70%

Conteúdos Adicionais - 95%

Performance - 90%

Longevidade - 90%

83%

Bom+

Se há geração cujos jogos merecem um remaster, é a geração dos 32-bits e o início do gaming em ambientes tridimensionais. Sucessores do auge da pixel art 2D, muitos são os jogos dos primórdios do 3D que não envelheceram muito bem, tanto pelos seus controlls rudimentares, como os seus gráficos cheios de polígonos e arestas. Tomb Raider I-III Remastered dá-nos um novo "look" a estes clássicos da 2ª metade da década de 90, mantendo toda a sua essência e alma que tanto os caracteriza.

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