Fire Emblem Engage é a mais recente adição à longa série Fire Emblem, desenvolvida pela Intelligent Systems e lançada para a Nintendo Switch em janeiro de 2023. Como um RPG tático, o jogo é conhecido pelas suas mecânicas de combate profundas, personagens cativantes e enredos envolventes. Nesta análise, vamos examinar mais de perto o que Fire Emblem Engage tem a oferecer, e se vale a pena adicioná-lo à coleção.
Fire Emblem Engage decorre no continente de Elyos, onde uma força maligna ameaça destruir o mundo. O jogador assume o papel de Alear, ou Divine Dragon, um(a) jovem guerreiro(a) (mais ou menos costumizável) que parte numa jornada para recolher os Emblem Rings, artefactos poderosos que detêm a chave para derrotar o mal. Ao longo do caminho, Alear encontra um elenco vasto de personagens que se juntam à sua missão, cada uma com a sua própria personalidade e motivações.
A narrativa de Fire Emblem Engage é bastante direta, com o foco firme nas batalhas e mecânicas de combate. Embora existam algumas reviravoltas interessantes e momentos de desenvolvimento de personagens, a narrativa, no geral, não é tão complexa ou envolvente quanto algumas outras entradas na série Fire Emblem. A falta de um antagonista central forte também torna mais difícil envolvermo-nos na história.
O desenvolvimento de personagens e o ritmo da história não são tão fortes como o antecessor, Fire Emblem Three Houses. Este último fazia com que à partida a fasquia para Fire Emblem Engage estivesse naturalmente muito elevada. Ainda assim, a construção do mundo e o lore do jogo estão suficientemente bem elaborados de forma a fornecer uma base sólida para os eventos da história.
Novas mecâncias e elementos na jogabilidade
Fire Emblem Engage apresenta a jogabilidade clássica de estratégia tática baseada em turnos pela qual a série é conhecida. Cada capítulo tem uma batalha, bem como a possibilidade de explorar outros géneros de batalhas secundárias, como os parálogos, ou as skirmishes (escaramuças, que ficam disponíveis aleatoriamente em cenários já jogados).
Para quem nunca jogou Fire Emblem, as batalhas são quase uma espécie de xadrez glorificado, em as personagens têm classes e mobilidades diversas, desencadeando combate em contacto com unidades inimigas.
O jogador então move as suas unidades pelo campo de batalha, em grelha, posicionando-as para ataque, levando em conta fatores como tipos de armas, vantagens de terreno e posição inimiga. Cada unidade tem as suas próprias habilidades e forças, sendo que algumas são mais eficazes contra determinados tipos de inimigos do que outras.
Uma das principais novas mecânicas introduzidas é o sistema Engage. À medida que o jogador luta ao lado do seu Emblem escolhido (anel ou pulseira), essa unidade carregará um medidor que lhe permitirá entrar no modo Engage. Este modo funde a unidade ao Emblem equipado, dando-lhe três turnos de combate para utilizar habilidades especiais e usufruir de ataques poderosos.
O sistema Break é outra novidade nas batalhas. Trata-se de um estado especial que ocorre ao iniciar combate contra adversários que possuam uma vantagem inata de arma devido ao Triângulo de Armas (i.e, as espadas têm vantagem sobre as lanças, as lanças são eficazes contra as machados e os machados dominam as espadas). As unidades de luta corpo a corpo têm a capacidade de desencadear o Break em oponentes que tenham Arcos, Tomos ou Adagas. Ao ser infligido o Break, a unidade defensora perde a arma, ficando incapacitada de contra-atacar os inimigos até ao final do turno subsequente. Esta mecânica não é inteiramente original, uma vez que é possível vê-la integrada noutros jogos como Octopath Traveler.
No fim de cada batalha podemos explorar o cenário, falar com as personagens, recolher itens e adoptar animais. Estes animão ficaram na base em Somniel, e ajudarão a fornecer itens (ex: ferro).
Um dos pontos mais fortes em Fire Emblem Engage é o seu design deslumbrante. Podemos ver personagens altamente detalhadas que quase parecem saltar do ecrã. Os mapas, bem como as áreas de "descanso" como Somniel parecem ter muito menos espaço negativo, comparativamente com o antecessor. As animações do durante as batalhas estão bem conseguidas,, mas o melhor mesmo é a animação dos ataques e "fusões" Engage: os os efeitos visuais são sempre um deleite.
A banda sonora é um excelente complemento ao ambiente do jogo, apresentando uma variedade diversa de faixas que amplificam a ação. Desde os temas orquestrais arrebatadores que tocam durante as batalhas até as faixas mais suaves que acompanham as cenas de exploração e diálogo, a música parece sempre impulsionar o momento. Os efeitos sonoros do jogo também são notáveis, com cada arma e ataque com um som impactante e satisfatório. Outro ponto que foi notório em relação ao antecessor foi a redução das vozes das personagens, que passa por aparecer maioritariamente em cut scenes. Além disso, à semelhança do spin-off Fire Emblem Warriors: Three Hopes, o protagonista também tem voz, acentuando a sua personalidade.
Fire Emblem Engage oferece uma quantidade decente de conteúdo para os fãs de RPGs táticos. A campanha principal do jogo leva cerca de 45 horas a ser concluída no modo normal, mas o tempo de jogo pode sempre estender-se com as diversas missões secundárias, escaramuças (skirmishes) e parálogos, que introduzem novas personagens e acrescentam à história geral. Por estranho que pareça, Fire Emblem Engage não dispõe de New Game Plus (a possibilidade de recomeçar um ficheiro com bónus depois de passar o jogo).
Por outro lado, Engage oferece modos online, incluindo Relay Trials e Outrealm Trials, que fornecem oportunidades de jogar em co-op ou de enfrentarem os exércitos de outros jogadores. Estes modos podem ser desbloqueados com tickets ganhos na campanha principal e aumentam a longevidade.
O Fire Emblem Engage Expansion Pass pode ser adquirido adicionalmente e inclui 4 ondas de DLC com novas personagens, história e recursos, bem como novas classes e trajes.
No geral, Fire Emblem Engage é uma boa adiçãoà franquia Fire Emblem, com mecânicas de combate envolventes e um estilo visual encantador.
A narrativa do jogo, embora aceitável, poderia ter sido mais aprofundada, e alguns jogadores podem sentir falta dos elementos de dating sim de Three Houses. No entanto, os pontos fortes de Engage estão na sua jogabilidade, que é bastante acessível para novatos na série, bem como para um público mais jovem, oferecendo ao mesmo tempo desafios para veteranos do género RPG tático. Os gráficos em Fire Emblem Engage são impressionantes para a plataforma, com cores vibrantes e designs de personagens detalhados, enquanto a banda sonora épica torna mais imersiva a experiência em geral.
Em termos de longevidade, Engage oferece uma quantidade decente de conteúdo com missões secundárias, parálogos e modos online, bem como a opção de comprar DLC para conteúdo adicional. Carece, no entanto, de New Game Plus.
Em suma, Fire Emblem Engage é um jogo divertido e envolvente, recomendado tanto para fãs de RPGs táticos como novatos na série que procurem uma experiência acessível, mas ainda desafiadora. Embora possa não ser tão profundo ou imersivo quanto seu antecessor, oferece novas mecânicas e personagens divertidas.
Review Overview
Fire Emblem Engage
Jogabilidade - 90%
Narrativa - 78%
Gráficos - 83%
Som/Banda Sonora - 79%
Longevidade - 88%
84%
Muito Bom
Com uma jogabilidade sólida, gráficos impressionantes e uma banda sonora envolvente, Fire Emblem Engage oferece uma experiência divertida e acessível de RPG tático, embora sua narrativa pudesse ter sido mais desenvolvida.
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