Lisboa Games Week – Reportagem

Vídeo: Nicole Concha

Texto: Martina Silvestre

Quando fui à Lisboa Games Week de 2019, acabadinha de entrar para a MoshBit Gaming, mal sabia eu que ia ser um dos últimos grandes eventos antes da pandemia.

A verdade é que, depois de dois anos de restrições, a estávamos todos a precisar deste retorno. Lisboa torna-se nestes dias num importante ponto de (re)encontro. Mais do que a paixão pelos jogos, a LGW é um espaço de convívio da comunidade, mesmo até entre elementos da press e criadores de conteúdos. Talvez por isso tivéssemos todos as expectativas tão elevadas e quiséssemos muito um evento em grande, mas não foi exatamente isso que aconteceu.

Com um recinto bastante mais reduzido, a LGW passou de dois pavilhões a apenas um, possivelmente com a quantidade de visitantes. Isto resultou em corredores congestionados que dificultavam a circulação, especialmente para pessoas com mobilidade reduzida ou pais que levassem crianças em carrinhos. O LGW é também um espaço familiar, mas desiludiu ao não providenciar espaços lounge suficientes para que se pudesse descansar. A grande maioria dos jogos free to play nem tinha cadeiras.

A maior ausência foi a da PlayStation, conhecida do público pelos seus amplos programas e passatempos. Talvez por isso a Nintendo tenha reinado este ano, com uma das maiores áreas do recinto, com dois palcos repletos de passatempos e consolas onde se podiam experimentar jogos como: o novo Pokémon Scarlet/Violet, Splatoon 3, Mario Strikers e Switch Sports. Foi também a Nintendo que conseguiu várias vezes juntar a comunidade de formas únicas, como num momento em que um passatempo de Just Dance põe também o público a dançar.

Apesar de a PlayStation não estar formalmente representada, Diogo Morgado, voz de Týr em God of War: Ragnarok, esteve presente a falar sobre o jogo no Palco LGW [Vão poder ver a entrevista da MoshBit em breve!]. Lá estiveram também influencers do mundo gaming e esports.

A zona Arcade Lovers, bem como a Load ZX Spectrum, trouxeram a nostalgia dos anos 80/90 e tornam-se uma lição de história para os mais novos, com dezenas de máquinas originais onde se podiam jogar clássicos como: Space Invaders, Mortal Kombat, Donkey Kong ou Crazy Taxi.

A Loading Zone concentrava uma exposição de estúdios Indie portugueses, onde podíamos experimentar os jogos e conversar com os devs.  Além disso, o LGW contou com uma vertente educativa e com um Game Dev Camp, alem de um showcase de ofertas formativas em videojogos.

Não muito longe, a Saber Porto trouxe também o seu Dakar Desert Rally, com competições e surpresas. Este é um dos maiores jogos de corridas off-road.

A XBOX teve um espaço de PC Game Pass, muitíssimo impessoal e quase deixado ao abandono, sem qualquer representante ou interação com o público. Apenas portáteis onde encontrávamos miúdos a jogar Minecraft, sem grande noção das vantagens do serviço.
Também um mar de cosplayers inundou a LGW, pintando-a com conhecidas personagens do mundo dos jogos, muitos desses fatos ostentando o esforço que terá sido confecioná-los.