Dreamscaper é um fenomenal action rogue-like dungeon crawler que combina conceitos de sonhos lúcidos e saúde metal. Desenvolvido pela Afterburner Studios, foi lançado a 5 de agosto para Steam, Epic, e Nintendo Switch.
Dreamscaper começa com uma introdução um tanto confusa: Andamos por uma cidade com uma personagem que não conhecemos, chegamos a um cemitério e um ser gigante agarra-nos os pés. A personagem acorda num quartinho arrumado sem mais ações possíveis além de “Sair”. Há pinturas, retratos e uma pequena nota que diz “Cancer Sucks”. Logo de seguida, um ecrã que diz “10 anos depois”. Devo dizer que este cenário me deixou de pé atrás, sem nenhuma pista sobre o tema do jogo. Contudo, esta primeira impressão rapidamente se dissipou.
Dreamscaper é uma experiência altamente imersiva, com uma dualidade sonho/acordado, que nos apresenta Cassidy, acaba de se mudar para Redhaven. Quando Cassidy adormece, aterra num modo Dungeon-crawler, com salas geradas processualmente, cheias de recompensas e inimigos que invadem os seus pesadelos.
Isso significa que o layout das dungeons, os itens e as habilidades são sempre diferentes, proporcionando uma experiência diferente a cada jogo.
Cass tem que explorar as salas das dungeons, derrotar inimigos e destrancar algumas das portas com bombas e chaves.
Além de armas melee e de longo alcance, Cassidy tem poderes lúcidos. O Lucid por si só é como uma barra de magia. O poder Lucid desacelera o tempo. Além disso, existem dois slots para Poderes Lúcidos, dois poderes que drenam o lucid e têm um tempo de cool-down. O domínio da arma / poder é único para cada um deles. Mesmo se escolhermos uma arma / habilidade, podemos sempre encontrar outras nas dungeons e mudar.
Este mundo divide-se em dream floors e, depois de derrotar cada boss, passamos para a camada de sonho seguinte. Cass explora dungeons, luta contra bosses e mergulha ainda mais no seu subconsciente. Ela também se depara com fantasmas de seu passado numa batalha contra a depressão.
Quando Cass morre, ela acorda no mundo real. Aqui desbloqueamos vários pontos na cidade e atividades para gastar as diferentes moedas que recolhemos no mundo dos sonhos:
- Merchant Room no mundo dos sonhos: trocamos Sand Points por itens, armas e lembranças.
- Sketch in the café: gastamos Spark points para desbloquear itens / vantagens no mundo dos sonhos.
- Meditar no parque: gastamos Glass points para melhorar habilidades e status.
- Artesanato: gastamos Inspiration points para criar presentes para as personagens que encontramos.
- Devaneio no Lounge: gastamos Resolve points para embelezar as salas dos sonhos;
Com esses Resolve points, podemos desbloquear e adicionar salas às dungeons que não estavam disponíveis ao início. Podem ser salas de Puzzle, Desafios (derrotar inimigas de uma determinada forma), ou até mesmo a Fonte da Vida. Há também salas escondidas que podem ser reveladas com bombas.
Existem inúmeras conexões entre os mundos. No mundo dos sonhos Cassidy pode ter ideias para novos itens que pode criar quando está acordada. Depois, ela pode oferecê-los às pessoas que vai conhecendo e estas relações influencia o seu status. Assim, desbloqueiam-se novas cutscenes e informação sobre os interesses e histórias dessas personagens, todas com personalidades únicas.
Quando a Cassidy morre, acorda no mundo real e o progresso no mundo dos sonhos recomeça; isto significa que recomeçamos do primeiro sonho, The Departure, e podemos jogar inúmeras vezes. Podemos sempre passar à frente os bosses que já tenham sido derrotados, mas sempre à custa de menos recompensas. Por outro lado, o progresso no mundo real é guardado.
Entre dream floors, Cassidy lembrar-se-á de momentos do seu passado. Podemos desbloquear memórias aleatoriamente enquanto exploramos as dungeons.
Ainda que se percam os itens e specials ao morrer, não se perdem os skills passivos.
A arte esfumada e surrealista funciona na perfeição com o conceito do jogo, em especial a parte em que ninguém tem cara. Além disso, as animações são adoráveis, seja a forma como as personagens se movem ou mesmo o manejo das armas. Também me fez lembrar Dreams.
A música de Dale North também confere aquela onda astral e dei por mim a acrescentar esta banda sonora à minha playlist Relaxing Writing.
Podemos passar tudo de uma vez se quisermos, mas este é o tipo de jogo com jogadas infinitas, se o lore nos interessar. E, admito: foi muito difícil passar certos bosses. Morri TANTAS VEZES. Até mesmo no modo Lúcido, que nos faz mais fortes de cada vez que morremos.
A certa altura podemos desbloquear a dificuldade. Podemos escolher que aspetos queremos manter em modo Normal, Difícil ou Pesadelo. Gosto do facto de poder adaptar as opções ao meu estilo de jogo.
Sempre fui obcecada com sonhos lúcidos, por isso este tópico puxou-me de imediato. Por vezes sinto que quando os videojogos tentam juntar demasiados elementos, acabam por criar uma confusão imensa. Contudo, Dreamscaper não é de todo assim. Tudo aqui é tão são. Até o tutorial é adorável: a Cassidy a jogar um videojogo. Para além disso, encontrar referências a outros videojogos foi tão enternecedor! Foi uma experiência maravilhosa ver a Cassidy a lembrar-se de quem era e levá-la nesta jornada empoderadora.
Nota: Código steam gentilmente cedido pela editora.
Em parceria com Writemosphere.
Review Overview
Jogabilidade - 93%
Gráficos - 90%
Som/Banda Sonora - 95%
Longevidade - 95%
Narrativa - 85%
92%
Uma experiência altamente viciante, comovente e sem fim.
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