O título original de Until Dawn foi lançado em 2015 para a PlayStation4, e rapidamente se tornou um título praticamente essencial para todos os detentores da consola. A geração da PS4 e a geração da PS5, apesar de terem 6 anos a separar os seus respetivos inícios, estão muito próximas em nível gráfico, especialmente em títulos onde o grafismo superou tudo aquilo que os jogadores pensavam ser possível a PS4 alcançar. Por isso não é de estranhar haver alguns jogadores que se questionaram se realmente seria necessário um remake de Until Dawn 9 anos após o lançamento. E diria que a resposta é um bocadinho mais complexa do que aquilo que se pode pensar.
Mas vamos por partes, e vamos começar por relembrar um pouco a história e do contexto do jogo. Não vou fazer uma análise muito extensa sobre este ponto ou até sobre a premissa do jogo como um todo. Porque no fundo o jogo mantém-se como no original, o que me fez decidir focar nas diferenças e melhorias aplicadas a este título para fazer a review. Relembrando este clássico de terror, a história centra-se num grupo de oito jovens que vão passar uns dias a uma cabana no topo de uma montanha nevada. O problema é que esta montanha foi onde precisamente 1 ano antes duas grandes amigas deste grupo desapareceram misteriosamente. A aventura deste grupo de amigos está longe de ter terminado com aquele desaparecimento misterioso, neste survival horror onde cada decisão pode afetar todo o desenrolar da história e o destino de cada uma das personagens. Decisões mais conscientes podem ir desde o que dizer, até o que fazer, como nos relacionarmos com as restantes personagens, até momentos decisivos mais inconscientes, que se baseiam em acertarmos nos quick time events, tudo isto conta para determinar o final do jogo. Este sistema é chamado de “Efeito Borboleta” e é ele que dita todo o desenrolar da narrativa.
Agora falando em termos de melhorias e diferenças, algumas são claramente notáveis, outras nem tanto. Os gráficos e visuais estão de facto muito melhores, tendo em conta que o tratamento visual que este remake levou, traz mais realismo, mais beleza e mais brilho ao jogo, mostrando as qualidades do Unreal Engine 5 e aquilo que este motor é capaz de fazer. Isto porque na verdade os gráficos do título original já eram bastante bons, mas com as melhorias conseguidas através do UE5 ficou ainda melhor. Além disso alguns momentos de gameplay e cutscenes receberam novos ângulos da câmara ou foram ajustados para termos uma melhor experiência de jogo.
A história do jogo manteve-se essencialmente a mesma, durante a gameplay foi possível encontrar alguns pequenos momentos e pequenas cutscenes completamente novos, mas que eram mínimos e sem impacto direto no jogo, foram literalmente extras, pequenos bónus para os fãs. Os totems receberam também uma nova mecânica, onde agora temos de rodar o totem até encontrar a racha que nos vai mostrar a pequena cutscene. Ou seja, não é algo que faça muita diferença, nem é algo que afete a forma como estes totems funcionam, mas acrescentam um pequeno extra, que faz com que não seja só pegar no totem e ver o seu conteúdo.
Mas no fundo a grande diferença, além dos visuais e gráficos, foi o novo final que foi adicionado ao jogo. Não vou dar spoilers sobre este novo final, mas é uma versão que era completamente impossível de conseguir no jogo original, e acaba por poder abrir novas possibilidades para uma possível sequela. Além disso, a banda sonora também foi ligeiramente modificada, com algumas músicas a serem substituídas por outras.
Sim, estas mudanças são muito superficiais, não houve uma grande remodelação do jogo, nem houve nada que faça pensar que de facto este remake veio revitalizar ou inovar por completo o título original. Sim o jogo tem melhores gráficos que são de facto incríveis, sim o jogo tem algumas pequenas alterações menos importantes e sim há um final completamente novo para o jogo. Mas isto tudo leva-nos a realmente questionar: será que era mesmo necessário um remake para este título?
Para aqueles que já jogaram o título original, muito honestamente não sinto que vá acrescentar alguma coisa à experiência de jogo do mesmo. Talvez para super fãs que querem jogar esta obra de diversas formas distintas, mas não para o jogador comum que simplesmente gostou do jogo. Este título foi mais feito a pensar naqueles que nunca o jogaram, e estando agora na geração da PS5, seria uma forma mais fácil de apresentar este título a esses novos jogadores e atrair público para o mesmo. Além disso o foco esteve também no público de PC que recebeu pela primeira o jogo na plataforma.
Resumindo, este remake foi de facto necessário para alcançar e atrair novos jogadores e fãs para a franquia, mas ao mesmo tempo desnecessário para aqueles que já o jogaram anteriormente. É um jogo que deixa sentimentos mistos, e a nossa nota vai ser dada em relação apenas ao remake, sem contar com o título original.
Until Dawn Remake
Jogabilidade - 67%
Gráficos - 91%
Som/Banda Sonora - 66%
Performance - 68%
73%
Bom
Resumindo, este remake foi de facto necessário para alcançar e atrair novos jogadores e fãs para a franquia, mas ao mesmo tempo desnecessário para aqueles que já o jogaram anteriormente. É um jogo que deixa sentimentos mistos, e a nossa nota vai ser dada em relação apenas ao remake, sem contar com o título original.
- Análise LEGO Horizon Adventures - Novembro 13, 2024
- Exophobia – Um tributo nacional às origens dos FPS - Novembro 5, 2024
- Análise Until Dawn Remake - Novembro 5, 2024
Deixe um comentário