Um RTS com uma proposta sombria, hostil e desafiante!
GORD é um novo jogo de estratégia com elementos de sobrevivência e RPG. Um RTS com uma proposta sombria, hostil e desafiante!
Premissa
Em GORD, os jogadores interpretam o papel de emissário do rei com a missão de pacificar a região de Lysatian a norte de Calanthia, a nossa terra natal. Na nossa demanda, temos como objectivo conquistar a região norte, resgatar ouro e outras matérias primas para fazer prosperar e alargar o reino, mas Lysatian é repleta de criaturas malignas, tribos bárbaras e seres pestilentos.
Jogabilidade
GORD segue as pegadas de RTSs clássicos como WarCraft e Dark Omen. Controlamos as nossas tropas e aldeões numa perspectiva topview com uma rotação de 360ª. O mapa tem o clássico fog of war, característico do género, que se vai revelando consoante a nossa exploração pelo mesmo. Temos o menu onde podemos gerir e construir os nossos fortes com edifícios destinados a ofícios, outros dedicados a postos militares, templos e também estruturas de defesa como paliçadas e torres de vigia. As personagens são variadas, a cada uma delas pode-lhe ser atribuído um nome, uma profissão e também alguma customização através de itens que vamos colecionando nas demandas. O jogo é seguido por capítulos numa campanha que deverá demorar entre 15 a 25 horas, consoante o grau de dificuldade escolhido. Sendo este um jogo com com foco na campanha principal, cada capítulo vai construindo a história numa narrativa apresentada pelas personagens principais, sempre num tom sombrio. Ao avançar na história, os cenários vão mudando, novas ferramentas e mecânicas são introduzidas, e o grau de dificuldade vai aumentando. Além dos objectivos principais de cada cenário há ainda alguns objectivos extra que geram mais recompensas após serem completados. Para os jogadores que preferem um modo de jogo mais relaxado GORD possui também um modo de mapa aberto destinado a uma experiência de jogo mais personalizada.
Estratégia, Sobrevivência e RPG
Estes três ingredientes soam bem na teoria mas podem revelar-se um problema caso sejam mal implementados. Cada capítulo começa com um grupo de colonos com o objectivo de construir um forte de defesa para poderem concretizar e conquistar os desafios atribuídos em cada cenário. Para isso, temos de explorar as matérias primas dos diversos ambientes à nossa volta de maneira a gerar recursos para as nossas construções. Uns colonos ficam designados a fornecer comida, como por exemplo pescadores, outros ficam com a parte de mão de obra, como por exemplo, os madeireiras. As nossas forças militares destinam-se obviamente ao combate, umas vezes mais ofensivo para conquistar terras de tribos inimigas, outras vezes mais defensivo caso sejamos alvo de invasões. Entra aqui a parte da sobrevivência na mistura, pois para além da gestão de recursos necessários para a construção do forte, providenciar alimento aos colonos e às tropas e ainda planear e pensar de forma estratégica nos combates, temos a mecânica…a sanidade. Devido ao ambiente escuro e pútrido das florestas e pântanos de Lysatian, a exposição a horrores espalhados pelo desconhecido, os nossos aldeões e soldados ficam com a sua psique gravemente afectada podendo levá-los à loucura que podem resultar em doenças ou a revoltarem-se contra os seus. Sem uma fonte de luz para os reconfortar, esta mecânica extra tão simples mas tão eficaz, torna GORD uma experiência desafiante mas por vezes um pouco frustrante. O toque RPG entra na evolução de níveis dos colonos sendo que uns apresentam mais aptidão para combate outros para posições vocacionadas para a mão de obra e exploração. Infelizmente, GORD peca um pouco a nível de balancear todas estas mecânicas que muitas vezes são mal implementadas. Ou por falta de visão e acesso no mapa, muitas vezes obstruído por elementos que não parecem ter sido colocados propositadamente ali, ou por algumas quebras de movimento, sejam por parte das nossas unidades ou pelo AI dos inimigos que muitas vezes são bruscos e com algumas quebras. A iluminação no mapa também não ajuda, porque após descobrimos novas terras ao levantar o fog of war, estas ficam visíveis no mapa sim, mas sempre com um tom cinzento demasiado escuro caso não tenhamos lá nenhuma personagem.
Gráficos e Imaginarium
Existem propostas bem mais deslumbrantes e visualmente mais ricas dentro da vertente dos jogos de estratégia, e embora GORD não tenha gráficos soberbos, vinga pelo seu imaginarium. É negro, por vezes até um pouco repugnante mas no bom sentido. As florestas são sombrias e decadentes, os pântanos são viscosos e pestilentos, o ambiente é agressivo e há sempre uma certa tensão de perigo que nos obriga a estar em constante alerta. Há um folclore bem interessante e original com algumas influências nórdicas e primitivas. As personagens são caricatas e pitorescas mas por vezes medonhas. Umas das criaturas mais importantes são os Horrores, entidades malignas que apresentam desafios e cifras para os colonos. Ou pedem sacrifícios (todos eles macabros) ou mostram-se adversários implacáveis no combate.
Banda sonora e sound design
Tal como os visuais, as músicas em GORD são sombrias e tétricas. Nenhuma particularmente memorável mas servem o seu propósito. Os sons são bem implementados com alguns toques que enchem o jogo de texturas sonoras como instrumentos de sopro com influências nórdicas e sons ambientes vindos da paisagem em redor.
Performance em consola (PlayStation 5)
Discutivelmente, jogos RTS são para serem jogados em PC com teclado e principalmente o rato. Jogos como Age of Empires, The Setters e o já mencionado WarCraft, destacam-se nas mecânicas revolucionárias em jogos de PC e eternamente idolatrados pelos fãs do género. Se é um jogo perfeitamente optimizado na PlaySation 5? Infelizmente não…
Para quem cresceu com jogos de estratégia em PC, vão sentir logo de imediato, a falta do rato e teclado. É difícil a movimentação das personagens e controlo de câmara com os controlos analógicos. Há demasiados menus para gerir e atalhos para decorar através do mapeamento de botões do comando, o que seria muito mais fácil e acessível com um simples click de rato. Se é perfeitamente jogável em consola? Sim sem problema, mas para os fãs mais old school, fiquem-se pelo PC.
Conclusão
GORD é um jogo de estratégia com uma sinopse e jogabilidade simples, mas com mecânicas bem desafiantes. Não é uma proposta de excelência tendo em conta a oferta de jogos de estratégia nas mais diversas plataformas desde as consolas, mobile e principalmente em PC, mas tem uma campanha divertida e desafiante. Vale pelo seu folclore e imaginarium, e pelo desafio. Quem procura um RTS com um modo de campanha bem desafiante, vale a pena jogar. Para apenas curiosos ou saudosistas do género mas que procuram algo mais relaxado para explorar e customizar…há propostas bem melhores.
GORD (PlayStation 5)
História - 60%
Jogabilidade - 45%
Gráficos - 70%
Som / Banda Sonora - 65%
Longevidade - 60%
60%
Nada Razoável
GORD é um jogo de estratégia com uma sinopse e jogabilidade simples, mas com mecânicas bem desafiantes. Não é uma proposta de excelência tendo em conta a oferta de jogos de estratégia nas mais diversas plataformas desde as consolas, mobile e principalmente em PC, mas tem uma campanha divertida e desafiante. Vale pelo seu folclore e imaginarium, e pelo desafio. Quem procura um RTS com um modo de campanha bem desafiante, vale a pena jogar. Para apenas curiosos ou saudosistas do género mas que procuram algo mais relaxado para explorar e customizar…há propostas bem melhores.
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