Jogos narrativos de interpretação de personagens, mais conhecidos por RPGs, são na sua vasta maioria jogados à mesa com miniaturas e dados, e também em videojogos onde controlamos um avatar num mundo aberto para explorar. Mas há quem vá um pouco mais longe e traga a fantasia para a realidade, vestindo literalmente, a personagem.
A MoshBit esteve à conversa com os Sword and Shield, que nos veio explicar as suas vivências e experiências no mundo do LARP (Live Action Role Play).
1 – Como descrevem o hobby LARP e como começaram os Sword and Shield?
Lembras-te de quando eras criança e pegavas num pau e ele transformava-se numa espada e tu transformavas-te num cavaleiro da Távola Redonda?
agora sou adulto e posso comprar uma espada, uma armadura e dar vida à personagem da minha infância. Somos pessoas que adoram brincar ao faz-de-conta e que são entusiastas da fantasia em geral. Sword and Shield começou com uma conversa num banco de jardim, com imensas ideias e desejos de concretizar algo que ainda não tinha sido feito em Portugal.
2 – Diriam que é mais fácil começar para quem já joga RPGs de mesa tradicionais, ou é acessível a qualquer pessoa mesmo não havendo essa base e experiência de jogo?
É de facto mais fácil para alguém com formação em representação do que para alguém com experiência em RPGs de mesa. No entanto, tal como nos RPGs de mesa, é uma questão de experimentar e aprender com cada jogo.
De cada vez que se mergulha no mundo, fica-se mais à vontade para assumir outro papel. A parte importante é sentir-se à vontade com a personagem que se quer tornar e deixar a imaginação fluir!
3 – Sendo uma experiência mais imersiva de Role Play, diriam que esta é a melhor maneira de interpretar uma personagem num mundo de fantasia?
Depende sobretudo da forma como a pessoa quer retratar a sua personagem.
Quando se trata de mergulhar na personagem durante um longo período de tempo, as experiências e emoções são vividas em primeira mão. Uma coisa é quando se está a jogar um jogo de mesa ou um jogo virtual em que se controla a personagem, mas com o LARP transforma-se totalmente na personagem e cada decisão que se toma o jogador testemunha o mundo à sua volta e sente as suas acções e consequências.
4 – Nos jogos tradicionais de RPG de mesa, usam-se dados, cenários, miniaturas, livros etc. O elemento performativo de LARP faz com que o jogo em si se encaixe numa abordagem artística?
Se olharmos para a definição do dicionário da palavra “arte”, ela encaixa-se na forma como descreveríamos uma experiência LARP:
“a expressão ou aplicação da capacidade criativa e da imaginação humanas, normalmente numa forma visual como a pintura ou a escultura, produzindo obras que devem ser apreciadas principalmente pela sua beleza ou poder emocional”.
Há aqueles que preferem uma abordagem mais artística a um LARP e outros que preferem que seja mais “lúdica” em termos de se concentrar principalmente no combate em vez da história.
Além disso, é uma óptima oportunidade para aqueles que têm um hobby de criar trajes, adereços, armas, bugigangas, etc., para mostrar e deixar que essas forças criativas se movam.
5 – Falem um pouco do vosso universo fantástico que criaram em nos Sword and Shield?
Nós criámos um mundo chamado Drakkar que engloba vários continentes, cada um com a sua própria cultura, estilo de vida e lore.
A melhor parte disso é que, devido à grande variedade, podemos criar LARPs dentro do nosso mundo, mas de estilos diferentes (por exemplo, viking, romano ou mediterrânico).
Incluindo o elemento de magia e fantasia.
Concebemo-lo de forma a que, dentro do razoável, se alguém vier ao evento com uma personagem de fantasia, tenhamos uma forma de o fazer funcionar.
6 – As regras que usam são adaptadas de algum, ou alguns sistemas já existentes, ou foram desenhadas de raiz?
As nossas regras baseiam-se em sistemas pré-criados que são aplicados noutros cenários de LARP europeus, incluindo também experiências em primeira mão e alterações que considerámos importantes e necessárias para o nosso ambiente e para a comunidade em geral.
Por exemplo: a regra de “segurar” com o gesto de mãos para cima. Se houver uma emergência, colocaremos um breve “segurar”, onde trataremos do assunto fora da personagem, antes de o libertarmos e retomarmos a cena atual.
Estas regras são definidas para garantir que todos interagem de forma segura e tranquilizadora.
7 – Como, e onde, é que curiosos pelo hobby podem começar?
Reúnam os amigos que se juntam a vocês para se divertirem e para não se preocuparem com o mundo que os rodeia e juntem-se a um dos muitos LARP da vossa área ou, se não forem capazes de o fazer, comecem a fazer a vossa própria coisa.
Não existe uma forma “fixa em pedra” de como um LARP deve ser gerido. Explora a tua imaginação e torna os teus sonhos de infância realidade.Não fazíamos ideia de quantas pessoas conseguiríamos convencer a vir ao nosso primeiro evento. até tivemos pessoas que estavam de passagem que ficaram tão curiosas que acabaram por se juntar a nós. e de um evento para o outro crescemos imenso!
Ficaria surpreendido com a quantidade de pessoas que têm este interesse!
– Lords & Lady of Sword & Shield LARP Portugal team
O próximo evento dos Sword and Shield realixa-se já este mês no dia 28 de Maio no Varblot Festival:
Varblot Festivalen
28.05.2023
15:30h
Pinhal entre Livramento & A5
Entrada grátis!
Traje encorajado!
Para acompanharem melhor o seu trabalho e caso queiram aventurar-se no LARP, podem acompanhá-los nas redes sociais:
facebook.com/Swordandshieldlarp
instagram.com/swordandshieldlarp/
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