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Análise – The Last of Us Parte I (PC)

O timing para o lançamento da versão de The Last of Us Parte I para PC não poderia ser melhor, tendo em conta todo o furor que foi criado em torno da franquia com a série da HBO Max. Novos fãs começaram a surgir e novas pessoas com vontade de explorar os jogos deste universo também, o que levou a imensa procura por uma versão de computador deste jogo. É óbvio que toda esta explosão de popularidade e o recente hype criado em torno da série, fizeram deste o momento mais apetecível para o lançamento do jogo no computador, mas parece que os planos não saíram tão bem quanto a Sony pensou.

Antes de começar

Antes de começar esta análise, é importante referir que esta será um complemento à análise realizada pelo Filipe Silva à versão de PlayStation 5 do jogo, que foi lançada a setembro de 2022. Aqui iremos abordar as principais características desta versão e principalmente o seu desempenho. Podem consultar uma análise mais detalhada do jogo clicando aqui. Vou também detalhar abaixo todas as specs do computador utilizado para esta análise:

Gráfica: Nvidia GeForce RTX 3060 TI

Processador: AMD Ryzen 7 3700X (8 Core)

RAM: 16GB

Resolução jogada: 1080p, monitor 144hz

Disco: SSD M.2 NVMe Western Digital Black SN750

O início do desastre

De facto, nunca esperei ter de fazer uma análise menos positiva a um jogo dos estúdios PlayStation, mas o que é certo é que fui surpreendida pela negativa com o trabalho feito nesta versão de PC de The Last of Us Parte I. Mesmo com todos os updates já feitos ao jogo, este continua bastante caótico e difícil de ser jogado.

Para se compreender melhor a situação, vou detalhar como foi a minha primeira vez a iniciar este jogo. Começou logo com o choque dos tempos de loading. Tudo bem, posso já estar habituada ao SSD ultrarrápido da PS5, mas com o jogo a correr num SSD M.2 NVMe no caso do meu computador, não deveria ser tão lento assim. Pior que o loading de alguns minutos com o pendente de pirilampo da Riley, foi mesmo o tempo para construir os shaders. Levou cerca de 20 minutos a construir 28% dos shaders, que foi quando decidi deixar de esperar e iniciar o jogo. Claro que depois ao fim das contas foi cerca de uma hora para completar a construção dos shaders.

Iniciando efetivamente a gameplay, as cutscenes iniciais pareciam promissoras, os gráficos com bastante bom aspeto, e apesar de não parecerem tão bons como na PS5, estavam bastante agradáveis. Isto por claro, o jogo decidiu que a melhor opção gráfica para mim seria um modo personalizado que misturava opções em Alto e opções em Médio. O problema foi quando efetivamente começou a gameplay, ou pelo menos quando supostamente iria começar. Quando comecei a dar os primeiros passos com a Sara, o jogo simplesmente congelou e fechou passado algum tempo de estar congelado. Voltei a iniciar o jogo, consegui avançar um pouco mais, mas voltou a congelar. Pensei logo que o problema poderia ser de estar a gravar a gameplay em simultâneo com o NVidia Shadowplay, mas quando voltei a repetir aquela secção sem estar a gravar, o jogo voltava a congelar e fechar, sempre no mesmo sítio e sempre sem gravação. Quase que seria um pesadelo se não tivesse pensado em alguma forma de resolver a situação. Neste caso, tentei logo trocar as definições de qualidade do jogo, e mudei do personalizado escolhido pelo próprio jogo, para um standard, neste caso em Alto. Felizmente essa solução funcionou e finalmente foi possível iniciar esta análise, mas as primeiras impressões contam muito, e as minhas claramente ficaram manchadas.

Gráficos ficam a desejar

Os gráficos foram de facto uma surpresa, mas pela negativa. A versão de PlayStation 5 conta com gráficos claramente superiores, e estranhamente parece que foram utilizados assets completamente diferentes para esta versão. Isto porque os modelos das personagens, chegam a ficar por algumas vezes assustadores de tão deformados, com problemas que vão desde traços faciais discrepantes para o que estamos habituados, até modelos completamente deformados, que neste último caso são visíveis essencialmente durante bugs e glitches. Não só isso, como o próprio cenário em todo o jogo parece ter menos qualidade, até o conta quilómetros do carro do Tommy está “borrado” e com qualidade baixíssima, já para não falar da qualidade das chamas na parte do outbreak do fungo, que é de facto desastroso. E claro, quando comecei a controlar o Joel pela primeira vez, parecia que tinha sofrido de insónias prolongadas e envelhecido 30 anos em uma noite apenas.

Além dos gráficos em si, as animações conseguem estar ainda mais robotizadas que estavam na versão inicial do remake para a PS5, e infelizmente é muito fácil encontrar bugs ou as personagens tremerem sem razão aparente. Por falar em tremer, isso é também algo que acontece quando fazemos pontaria e estamos a utilizar o rato e o teclado. Além de parecer que os braços de Joel se mexem como ponteiros de relógio, a própria mira treme de forma tal que parece que o jogo está a sofrer de uma quebra de FPS grotesca, quando não está.

Performance negativa e má otimização

Outro ponto que definitivamente não foi bem medido pela equipa que fez este port, foi a performance e a otimização. O meu setup pode não ser o topo do topo, mas também não é um computador considerado fraco. Com as specs da máquina utilizada, conseguiria facilmente jogar este jogo com tudo no ultra sem que o computador ficasse em grande esforço, apesar de ficar provavelmente com uma framerate mais baixa, mas a falta de otimização faz com que as definições em Alto sejam puxadas para o meu computador, ao ponto de ele fazer barulho suficiente para ser confundido com um avião. Quando jogava e gravava gameplay em simultâneo, os FPS ficavam trancados nos 60, mas a jogar livremente andava entre os 50 e os 70 em situações mais agitadas, e os 90 e os 120 em situações mais calmas do jogo.

Se o jogo fosse bem otimizado seria possível conseguir correr o jogo com melhores settings sem puxar muito pelo hardware. Claro, não podemos deixar de mencionar a quantidade de bugs, as quebras de FPS abruptas, os assets do jogo ficarem desfigurados, entre outros problemas pontuais que foram sendo encontrados durante a gameplay de forma bastante assídua. O som é outro ponto onde por vezes existem bugs, com falas a serem cortadas ou a encravar. Felizmente a banda sonora do Gustavo Santoalalla permanece com a mesma qualidade e potência a que fomos habituados.

Mas ainda é o The Last of Us

O que de facto salva este lançamento, é o poder do próprio jogo e a qualidade da sua história e da gameplay em si. The Last of Us Parte I para PC, continua a ser o incrível título a que estamos habituados, mas parece que aqui numa versão mais “económica” em termos de recursos visuais e otimização. Claro que é muito melhor jogar nas consolas PlayStation e que a experiência é toda ela elevada em vários níveis, mas para quem não tem possibilidades de ter a consola e quer mesmo entrar neste universo, toda a essência desta obra prima continua na versão de PC.

Veredicto

The Last of Us Parte I para PC tinha tudo para ser perfeito, mas perdeu a oportunidade de aproveitar o timing ideal para fazer um lançamento em grande. A falta de otimização, a falta de polimento em geral, e diria até a falta de qualidade deste port, destruíram os sonhos de muitos fãs desejosos de colocar as mãos na versão de PC do jogo, e provavelmente destruíram também a primeira experiência com a franquia de muitos jogadores novos. O que de facto salva este port é ele ser o The Last of Us, porque de facto o trabalho conjunto da Iron Galaxy com a Naughty Dog para levar esta franquia ao PC não resultou da melhor forma. Resta aguardar que os updates futuros resolvam a maioria destes problemas e que os jogadores finalmente possam experienciar em pleno aquilo que é o universo do The Last of Us.

The Last of Us Parte I está disponível na PlayStation 5 e PC na Steam e Epic Games Store. Para mais informações, visita o website oficial.

O timing para o lançamento da versão de The Last of Us Parte I para PC não poderia ser melhor, tendo em conta todo o furor que foi criado em torno da franquia com a série da HBO Max. Novos fãs começaram a surgir e novas pessoas com vontade de…

The Last of Us Parte I (PC)

História - 100%
Jogabilidade - 43%
Gráficos - 40%
Som/Banda Sonora - 82%
Performance - 25%

58%

Nada Razoável

The Last of Us Parte I para PC tinha tudo para ser perfeito, mas perdeu a oportunidade de aproveitar o timing ideal para fazer um lançamento em grande. A falta de otimização, a falta de polimento em geral, e diria até a falta de qualidade deste port, destruíram os sonhos de muitos fãs desejosos de colocar as mãos na versão de PC do jogo, e provavelmente destruíram também a primeira experiência com a franquia de muitos jogadores novos. O que de facto salva este port é ele ser o The Last of Us, porque de facto o trabalho conjunto da Iron Galaxy com a Naughty Dog para levar esta franquia ao PC não resultou da melhor forma. Resta aguardar que os updates futuros resolvam a maioria destes problemas e que os jogadores finalmente possam experienciar em pleno aquilo que é o universo do The Last of Us.

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Nicole Concha
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