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Análise – Inspector Zé e Robot Palhaço em: Crime no Hotel Lisboa

Três anos após o lançamento da Nintendo Switch e sete anos após o lançamento original no PC, Mac e Linux, eis que temos a oportunidade jogar Inspector Zé e Robot Palhaço em: Crime no Hotel Lisboa de forma muito portátil.

Inspector Zé e Robot Palhaço em: Crime no Hotel Lisboa é um jogo totalmente português e com temas bastante comuns do nosso dia-a-dia. Caso esse dia-a-dia inclua robots, assassinos, palhaços, tentáculos gigantes e suicídios com 14 facadas. Nas costas. Todo o jogo tem humor na sua apresentação, desde história, grafismo e personagens, sendo que não se leva muito a sério, apesar de se passar em redor de temas muito sérios. O jogo também costuma quebrar a quarta parede constantemente, o que torna a sua narrativa muito mais engraçada, porque podemos estar em casa da personagem principal, José Justino e simplesmente chamar um táxi. Que entra literalmente em casa. E nos deixa no nosso destino de escolha. A jogabilidade é muito própria de um point-and-click. Já na Nintendo Switch, temos a possibilidade de utilizar o analógico esquerdo para nos movimentar e o esquerdo para apontar a nossa lupa, que irá nos ajudar nas alturas de procurar segredos pelo jogo.

O jogo tem secções de exploração e secções de interrogação, onde podemos explorar pelos vários cenários e encontrar provas, falar com outras personagens, abrindo caminho para todas as pistas necessárias, para depois interrogar o actual suspeito do caso. Já nas interrogações, podemos associar um objecto a uma pergunta, de forma a desvendar o mistério por detrás daquela situação ou motivação da personagem. A jogabilidade não varia muito além do que é costume nestes tipos de jogos, mas num point-and-click esta apenas complementa a história por detrás da trama. E neste caso, fá-lo muito bem. Simples, perceptível e sem grandes alaridos, mas que torna toda a experiência muito boa.

A história é possivelmente o ponto alto do jogo, pois temos vários casos em mão, com as suas personagens excêntricas e que acontece um pouco de tudo aos nossos companheiros de viagem, interrogando e tentando saber como desvendar os mistérios disponibilizados à sua frente. Existe uma história principal, o Crime no Hotel Lisboa, e outras histórias mais pequenas que afectam personagens que vamos conhecendo pelos vários cenários. Tal como foi referido anteriormente, temos sempre uma camada de humor sobre a história, e esta é perceptível em qualquer ponto do jogo, desde conversas, passando pelos cenários e música de fundo, temos sempre um elemento humorístico para enaltecer a história. Começamos numa manhã enevoada de bebedeira, no quarto de José Justino, o nosso detective investigador, mas que tem uma tremenda dificuldade em encontrar as meias certas. Momentos depois, é-nos apresentado o seu “saidequique”, o Robot Palhaço e o Joãozinho, a referência Lovecraftiana no jogo. Ou então apenas uma referência a um dia com tentáculos num jogo point-and-click.

A história do jogo é perfeita para a Nintendo Switch, pois podemos facilmente pegar no jogo e continuar a jogar, pois a história não tem tramas nem dramas escondidos, com um arco que envolve a história toda e descobrimos que nem tudo o que parece é. Quer dizer…ter até tem, mas serve como piada e não como um ponto fundamental para a história em si. Existem também pequenas referências ao “mundo real”, que provavelmente apenas os portugueses vão compreender, mas que vai deixar alguns sorrisos. De notar também, que toda a história foi adaptada à Língua Inglesa, de forma a ter uma versão mais próxima possível da original, sem perder os detalhes e costumes portugueses.

A longevidade do jogo depende do vosso grau de conhecimento de jogos point-and-click. Se estão habituados a pixel hunt, o jogo deverá ser do vosso agrado, pois não é tão exagerado como outros títulos do género. Existem alguns coleccionáveis, mas nada que não consigam encontrar se estão habituados. Caso não estejam habituados ou este jogo é a vossa primeira vez no género, o jogo poderá demorar ainda mais. E se quiserem encontrar tudo (o jogo tem troféus próprios), podem demorar o dobro do tempo a completar todos os desafios. Podem sempre consultar a prateleira no escritório para saberem mais sobre o vosso desempenho. Temos também o mini-jogo “Palhaço em Pé” que prolonga ainda mais a longevidade do jogo. Este mini-jogo pega no facto do Robot Palhaço contar piadas e anedotas, e tornar a experiência do stand-up mais interactiva. Temos a pergunta da piada e de seguida aprecem várias opções, onde podemos escolher a que terá mais piada. Caso sejam bem sucedidos, recebem pontos. Se forem bem sucedidos várias vezes, conseguem arrecadar ainda mais pontos, com ramos de flores a serem atirados para o palco e sentirem-se como Deuses na terra. Vá, Deuses do humor pelo menos. O contrário acontece caso não sejam bem sucedidos e serão corridos do palco a pontapés e tomates na cara.

A banda sonora, apesar de curta, está muito boa. principalmente os temas com um tom mais “brincalhão”. O sound design também está bom, apesar de não ser tão abundante como poderia ser, por exemplo nas ruas ou no escritório, como acontece um pouco no restaurante ‘Noitadas’, onde temos um restaurante apinhado de gente e cheio de barulho, até começar o fado. As transições entre sons poderia estar um pouco melhor, como no exemplo anterior, em que ouvimos o silêncio logo antes do fado, mas nada que nos tire completamente da jogabilidade. A banda sonora em si, caso andem perdidos pelo mapa, pode também tornar-se um pouco repetitiva, visto termos menos duma dúzia de cenários. Outra vez, nada que afecte muito a experiência no seu todo.

Inspector Zé e Robot Palhaço em: Crime no Hotel Lisboa foi um jogo muito bom em 2013, e continua a sê-lo em 2020. O facto de ser mais um dos jogos portugueses a fazerem parte da biblioteca Nintendo Switch apenas irá ajudar os nossos estúdios a explorarem a plataforma móvel com mais entusiasmo e arriscarem naquela que é a plataforma indie do momento. Agora resta saber se a Nerd Monkeys vai trazer o episódio DLC (Praxe do Gangue das Capas Negras) e a sequela para a Nintendo Switch, aproveitando esta onda de sucesso que até agora tem corrido muito bem para o estúdio.

█ F.S.

 

Análise – Inspector Zé e Robot Palhaço em: Crime no Hotel Lisboa

Inspector Zé e Robot Palhaço em: Crime no Hotel Lisboa está disponível para a Nintendo Switch, PC, Mac e Linux, nos seguintes serviços: HumbleBundle, STEAMGreen Man GamingIndiegala e Gamersgate. Para mais informações, visita o website oficial.

Três anos após o lançamento da Nintendo Switch e sete anos após o lançamento original no PC, Mac e Linux, eis que temos a oportunidade jogar Inspector Zé e Robot Palhaço em: Crime no Hotel Lisboa de forma muito portátil. https://www.youtube.com/watch?v=DqwnTEgsxiU Inspector Zé e Robot Palhaço em: Crime no Hotel…

Inspector Zé e Robot Palhaço em: Crime no Hotel Lisboa (Nintendo Switch)

Jogabilidade - 88%
Gráficos - 90%
Som / Banda Sonora - 84%
Longevidade - 85%

87%

Muito Bom

Inspector Zé e Robot Palhaço em: Crime no Hotel Lisboa foi um jogo muito bom em 2013, e continua a sê-lo em 2020. O facto de ser mais um dos jogos portugueses a fazerem parte da biblioteca Nintendo Switch apenas irá ajudar os nossos estúdios a explorarem a plataforma móvel com mais entusiasmo e arriscarem naquela que é a plataforma indie do momento. Agora resta saber se a Nerd Monkeys vai trazer o episódio DLC (Praxe do Gangue das Capas Negras) e a sequela para a Nintendo Switch, aproveitando esta onda de sucesso que até agora tem corrido muito bem para o estúdio.

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Filipe Silva
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