ARMS é a nova aposta da Nintendo em termos de jogos de luta. Quem se lembra de Punch-Out!!, poderá ver este jogo como uma sequela espiritual. Mas será a nova cara da Nintendo algo a festejar?
Já descrevemos um pouco da jogabilidade e o básico na nossa Antevisão, e agora temos a versão completa para descrever. O jogo tem uma notável diferença em relação a Punch-Out!!: podemos arremessar o nosso oponente. Podemos também saltar e fazer dash, de modo a desviarmos das técnicas do nosso opositor. A oportunidade de meter um soco no adversário, consegue ser extremamente pequena, mas satisfatória. Da mesma forma, ao desviarmo-nos e agarrar o adversário, é igualmente satisfatório e bastante eficiente.
Parte do charme de ARMS será o facto de ser extremamente fácil de pegar e começar logo a jogar, ao contrário da maioria dos jogos de luta. A única regra a ter em conta é: Ficar parado é morrer. Movimentação é essencial neste jogo, pois ficar no mesmo sítio durante muito tempo, fará com que seja extremamente fácil ser vencido pelo adversário. Mas demasiado movimento e o mesmo tem efeito contrário. Tem de haver sempre uma maneira balançada de movimentação com socos e arremessos. E tanto tem de existir esse balanço, que os produtores do jogo adicionaram a opção de poderem “carregar” os vossos punhos, tornando os socos ainda mais poderosos e devastadores.
Outro factor importante são as habilidades de cada personagem, o que faça com que seja necessário “estudar” cada personagem com atenção, pois as suas habilidades variam drasticamente, sendo que cada um dos dez lutadores disponíveis no jogo, têm duas habilidades próprias. Saber contra-atacar estas tácticas é elementar para a progressão do combate e tornarem-se vitoriosos. Por cada acção que cada personagem realiza, existe uma reacção que vos faz mais frágeis perante o adversário.
Todas as personagens possuem 30 braços diferentes, sendo que é necessário acumularem moedas para poderem utilizar o modo de desbloqueio de braços. Podem experimentar cada um desde o inicio, mas estão bloqueados aos lutadores correspondentes. E sempre que entram num combate, é facilmente reconhecível qual é o tipo de braço que o oponente tem naquele momento. É sempre possível mudar de braços entre rondas, mas nunca durante as mesmas. Saber escolher qual o melhor braço, irá depender muito do estilo de luta de cada um, mas apesar de uns parecerem mais seguros que outros, é preciso notar que qualquer braço é uma forte ameaça no jogador certo.
Já a forma de desbloqueio de braços, é um pouco arbitrária e isso poderá não ser do agrado de todos os jogadores. Terão que utilizar o mini-jogo de “tiro ao alvo” para poderem acumular pontos e, durante o mesmo, acertar em relógios, que aumentam o tempo de jogo, e os braços disponíveis que aparecem dentro de caixas de presente. Dado que o jogo não tem muito conteúdo, para além dos modos competitivos, esta foi a maneira de tornar o jogo mais longo. E já que o tópico é modos de jogo, temos cerca de 6 modos principais: Grand Prix, Versus, Party Match, Ranked Match, Friends, Local.
Grand Prix, é um modo onde derrotam vários lutadores com vários graus de dificuldade, que consoante o grau recebem mais moedas por cada luta ganha, sendo que uma luta perfeita recebem moedas extra. São 10 combates por cada grau de dificuldade, com 7 graus, totalizando 70 combates para cada personagem, 700 combates no total geral. Pode parecer muito, mas poderá haver alguma fadiga após alguns combates, sem contar com combates perdidos que, inevitavelmente, poderão aparecer. No entanto, não precisam de jogar sozinhos, sendo possível jogar com um amigo ao mesmo tempo, tornando a coisa ainda mais dinâmica e divertida.
Versus contém vários sub-modos, como Fight, Team Fight, V-Ball, Hoops, Skillshot, 1-on-100, ARMS Test e Training. Fight e Team Fight são explícitos; V-Ball é o volleyball, mas com uma bomba; Hoops é basketball mas com os próprios lutadores; Skillshot é tiro ao alvo, mas com o adversário do outro lado da arena, sendo que ambos têm que atingir os mesmos alvos; 1-on-100 é um modo onde temos que derrotar 100 oponentes; em ARMS Test podemos testar todo o tipo de braços, mesmo aqueles que ainda não desbloqueámos para a personagem pretendida; e Training é um modo de treino. Podem entrar até 4 jogadores em cada modo, sendo que existem algumas restrições, em cada modo, na quantidade de jogadores.
Party Match é o modo de divertimento com várias pessoas online, até 20 jogadores, sendo possível jogar qualquer modo multijogador. Ranked Match é parecido com o anterior, mas temos uma graduação, consoante a nossa performance. Friends serve para lutarmos com amigos online, e Local serve para lutarmos com amigos localmente, mas que tenham outra Nintendo Switch. Se tiverem Internet e amigos, ARMS poderá durar durante muito tempo, mas caso sejam mais de experiências mais para o singular, não irão ter muita variedade de escolha, o que poderá tornar-se aborrecido. Em caso de modos multijogador, podem sempre mudar as regras do jogo, com mudança do temporizador, com/sem itens, etc., e nunca tivemos qualquer problema de ligação com outros jogadores durante a nossa análise.
A banda sonora é muito simples, e reutiliza sempre a mesma harmonia do tema de ARMS, mas com diversas melodias diferentes para cada arena. Assim sendo, torna-se um pouco repetitivo ao fim de algumas horas. Acho que um excelente exemplo de como fazer a banda sonora, seria como a série Street Fighter tratava os seus temas, abordando as personalidades de cada lutador, já que ARMS segue a ideia básica de jogo de luta e não inclui um modo história. Em termos de efeitos sonoros, apesar de passarem um pouco despercebidos, estão bem implementados. A apresentação e grafismo estão excelentes, dando variedade e vida às personagens, arenas e todo o ambiente de jogo. Algumas arenas têm surpresas reservadas para certos acontecimentos, dando ainda mais variedade ao jogo, o que é de louvar neste tipo de jogo.
No geral, ARMS consegue ser uma boa aposta da Nintendo, ainda que seja preciso refinar algumas coisas durante o decorrer deste ano, e limar muito bem as arestas na sequela, pois apesar de ser um jogo de jogabilidade e visual agradáveis, falta conteúdo para tornar esta experiência ainda mais enriquecedora. Será preciso também dar mais alma à banda sonora, como habitualmente fazem com outros títulos Nintendo, sendo que decerto este não será recordado por tal. Ainda assim, vale a pena pelo factor novidade e divertimento.
█ F.S.
Jogabilidade - 90%
Gráficos - 95%
Som/Banda Sonora - 70%
Longevidade - 65%
80%
Bom
No geral, ARMS consegue ser uma boa aposta da Nintendo, ainda que seja preciso refinar algumas coisas durante o decorrer deste ano, e limar muito bem as arestas na sequela, pois apesar de ser um jogo de jogabilidade e visual agradáveis, falta conteúdo para tornar esta experiência ainda mais enriquecedora. Será preciso também dar mais alma à banda sonora, como habitualmente fazem com outros títulos Nintendo, sendo que decerto este não será recordado por tal. Ainda assim, vale a pena pelo factor novidade e divertimento.
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