Análise - Heavy Rain - MoshBit Gaming

Análises Playstation 3 Playstation 4 SONY Março 2, 2017

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A sonante frase que se repete quando menciona Heavy Rain é: “até onde irias para salvar alguém que amas?”.

É possível classificar Heavy Rain como um jogo cinemático de drama psicológico. A sua desenvolvedora, Quantic Dream, decidiu apostar neste exclusivo PlayStation e em fevereiro de 2010 lançou aquele que seria mais um jogo ao seu estilo muito peculiar.

Heavy Rain é como um filme noir que explora os misteriosos homicídios do Assassino do Origami. A forma de matar deste serial killer era aproveitando períodos de chuva intensa para afogar as suas vítimas.

Com o decorrer do jogo serão introduzidas 4 personagens jogáveis que alternadamente serão controladas pelo jogador. Através do relato das suas vidas e com o decorrer do jogo, os quatro cruzar-se-ão com o mesmo objectivo, de uma forma muito bem pensada e construída pelos autores.

O gameplay é muito interativo. O jogador segue as instruções de movimento exibidas no ecrã, tendo quase sempre liberdade de escolha para o cumprir ou não. Existem também secções de quick time events normalmente presentes numa cena de acção.

Todas as decisões tomadas no decorrer do jogo afetarão a narrativa. Existem inúmeros finais incluindo várias possibilidades morte.

Existem quatro personagens principais, todas controladas à vez, geralmente entre cada capítulo. Os seus movimentos e vozes foram fielmente capturados através de atores reais, pelo método de motion capture.

Eis que a primeira figura apresentada no jogo é Ethan Mars, um arquitecto profissional, casado e com dois filhos. *SPLOILER* Quando o seu filho Jason morre num acidente de carro ele fica destruído, separa-se da mulher e muda-se para uma casa deplorável e abandona a sua carreira. Ainda como consequências do desastre, Ethan desenvolve agorafobia e sofre de apagões de memória. *SPLOILER*

Mais tarde será apresentado Norman Jayden, um agente do FBI de Washington chamado especialmente para ncontrar o assassino dos Origami. Esta personagem usa uma espécie de realidade virtual incutida nos seus óculos chamada ARI, que lhe permite uma maior facilidade de investigação ao reconstruir cenas de crime, ao encontrar pistas, etc. De notar que Jayden é viciado numa droga fictícia do jogo.

Neste jogo quase todas as personagens têm um distúrbio e este polícia não é exceção: Scott Shelby é um veterano da marinha e sofredor de asma. A mãe da segunda vítima do Origami, Lauren ajuda-o na investigação. Ele apresentava-se na investigação como detective privado.

A última personagem chama-se Madison Paige. Conhecemo-la durante um dos seus habituais ataques de insónia no seu apartamento. A jornalista investiga também os homicídios e acaba por *SPOILER* se envolver com Ethan Mars na sua busca pelo filho. *SPOILER*

Resumidamente a história é um autêntico turbilhão de emoções.

Após a morte do seu filho Jason, Ethan nunca mais seria o mesmo. Com a vida arruinada, vivenciou vários episódios de apagões de memória, fobias e tristeza profunda. Tudo piora quando após um desses seus apagões o seu outro filho, que brincava com ele no parque, desaparece. Após horas de desespero, coloca-se a hipótese deste ter sido efectivamente raptado pelo autor dos homicídios do Origami.

No decorrer do jogo o assassino propõe vários desafios a Ethan como forma de chantagem para salvar o filho. As outras personagens cruzar-se-ão, como já referido, com objetivos relacionados.

Os cenários do jogo acompanham de forma fenomenal e assustadora o clima de thriler psicológico ao decorrer de cada capítulo, talvez por isso tenha sido um sucesso, tendo recebido vários prémios e o famoso GOTY e vendendo mais de 3 milhões de cópias.

Heavy Rain traz-nos uma experiência interativa muito adulta. A banda sonora dá o último toque para o ambiente sombrio e de suspense vivido pelo jogador.

Um fator bastante desagradável é uso em demasia do sensor do comando, sendo que este muitas vezes corresponde mal.

Em conclusão, este foi um jogo inovador e uma grande experiência. O seu toque de insegurança provocado ao jogador e com vários acontecimentos afectados por escolhas, tornam este título rejogável a qualquer altura. Por vezes, o mínimo detalhe influencia um final diferente e isso é algo realmente cativante. A relação entre as personagens está bem construída, bem como as suas personalidades interpretadas pelos vários atores.

É, sem dúvida, uma das narrativas mais envolventes dos videojogos.