Valheim (Iron Gate Studio, Coffee Stain Studios) é um jogo de sobrevivência, sandbox e mundo aberto que saiu no início de fevereiro para PC (Steam) e desde então tem dado que falar. Pouco mais de um mês após o lançamento vendeu quase 6 milhões de cópias e a tendência tem sido para aumentar. O que é que terá Valheim de especial para nos prender desta forma?
Criamos um viking tosco e somos atirados para a after-life (isto é, o meio do mato) onde tudo é hostil. Temos de recolher materiais e comida para sobreviver e melhorar a qualidade de vida. Há sempre um corvo, Hugin, que nos guia de vez em quando, com dicas para não nos perdermos. Temos de desafiar os deuses e sobreviver e o que torna Valheim tão viciante é a possibilidade de fazermos o que quisermos. Ou ficamos horas a contruir estruturas, ou a explorar os diversos biomas, com masmorras e casas abandonadas. Ou mesmo aceitar desafios de derrotar gigantescas criaturas.
Os biomas são variados e têm níveis de dificuldade evidentemente diferentes e inimigos com características diversas que tornam pequenas expedições em busca de alimento, em verdadeiros desafios pela sobrevivência. Uma característica que me conquistou e frustrou ao mesmo tempo foi a caça. Caçar um veado tem elementos realistas, o barulho que o assusta, a forma como foge. E as recompensas, claro!
O combate simples é semelhante a outros jogos de ação, com elementos como ataque simples, e especial e esquiveza. Este jogo tem também a barra de estamina mais irritante que já vi. Os vários alimentos recolhidos dão efeitos diferentes, como mais HP ou estamina. A barra da energia e da fome também são influenciados. Tem alguns componentes demasiado realistas, como a perda de HP perante a exposição ao fumo ou as coisas caírem todas se não tiverem suporte.
Valheim pega em elementos de vários jogos conhecidos e entrega-nos uma experiência única de cooperação, aventura e criatividade. Fez-me lembrar Minecraft, mas com a frescura de uma jogabilidade mais refinada à qual se junta a mitologia nórdica. Até tem alguns aspetos de The Sims, como o ambiente em redor influenciar o conforto da personagem. Ou mesmo de Sea of Thieves, com a possibilidade de navegar para outras partes do mapa (que é ENORME), explorar cavernas, enfrentar (ou fugir de) monstros marinhos.
Uma coisa que me chateava em Minecraft era ter uma personagem diferente para cada mapa que criava. Tinha um em que jogava sozinha, outros em que jogava com diferentes grupos de amigos. Chateava-me profundamente ter de repetir as mesmas coisas: construir uma aldeia de novo, ir ao nether, fazer elytras. Em Valheim temos a possibilidade de jogar com a mesma personagem (ou criar uma nova) em vários mapas e servidores, podendo transportar o inventário entre eles.
Além disto, é possível jogar só ou com outros jogadores em servidores abertos ou com amigos, com um máximo de 10 jogadores por mapa. Também se pode ativar o modo PVP, que não cheguei a experimentar, pois tenho preferência por PVE com amigos.
É um jogo ainda em desenvolvimento, com algumas quebras de performance em computadores menos musculados.
Valheim pôs-me de imediato em sentido com uma banda sonora tão boa. É uma pena ser tão repetitiva, pois tem apenas meia dúzia de faixas, em especial, permanecendo demasiado tempo no mesmo bioma; o que, por outro lado também incita à exploração.
Valheim tem uma longevidade extensa e as opções são incontáveis, podendo proporcionar uma experiência sempre diferente. Além de que descobrimos coisas novas todos os dias, mesmo ao recomeçar um jogo. A aprendizagem também é relativamente rápida para quem esteja familiarizado com jogos do género. O humor que se encontra a cada pedacinho de jogo, mantém a boa disposição. Sejam acontecimentos improváveis ou até as descrições dos itens e ferramentas.
Só sei que rapidamente passei a ter vontade de jogar apenas Valheim. Ainda estamos no primeiro trimestre de 2021 e já é óbvio que Valheim é um forte candidato a prémios. A única coisa que sinto que faltava mesmo era estar disponível também em consolas!
Review Overview
Valheim
Jogabilidade - 100%
Gráficos - 93%
Som/Banda Sonora - 100%
Longevidade - 100%
98%
Excelente
Absolutamente viciante.
- Lisboa Games Week anuncia novidades para a 9º edição - Julho 29, 2024
- Pathless Woods – Steam – Análise - Junho 29, 2024
- Another Code: Recollection – Análise - Abril 26, 2024
Deixe um comentário